Cirurgias eletivas

Municípios querem unificar lista de espera por cirurgias na região 

Thays Ceretta

Fazer uma lista unificada e atualizada das milhares de pessoas que aguardam por uma cirurgia na Região Central do Estado é a próxima tarefa da Comissão da Rede de Cirurgia Regional, que esteve reunida para tratar do assunto ontem em Santa Maria. Um projeto está sendo montado para que a Rede de Atenção Hospitalar, que funcionou por três anos, seja reativada e comece a funcionar de forma definitiva numa tentativa de resolver o problema da demanda reprimida de pessoas que esperam por um procedimento de baixa complexidade.  A comissão é formada por secretários de Saúde da região, 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS), Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e integrantes do Consórcio Intermunicipal da Região Centro.

Dos 32 municípios de abrangência da 4ª CRS, 13 enviaram a lista com os nomes das pessoas que estão na fila e a especialidade da cirurgia (veja quadro abaixo). Na próxima quarta-feira, haverá outra reunião em que a comissão vai filtrar e confrontar os nomes que podem estar repetidos nas listas. Conforme o coordenador executivo do consórcio, Jorge Cremonese, o projeto será apresentado no final de setembro aos prefeitos da Associação dos Municípios da Região Centro (AM Centro), que, depois, marcarão um encontro com o governo do Estado para conhecer o valor que será disponibilizado.

– Nós tivemos uma resolutividade muito grande em um período de seis anos quando a rede funcionava. Conseguimos realizar cerca de 15 mil cirurgias. Como acabaram os incentivos por parte do Estado, a rede acabou também, mas, hoje, existe a possibilidade do consórcio, como uma associação pública de municípios, poder conveniar para receber recursos de contrapartida do Estado e, assim, complementar as cirurgias com os hospitais prestadores de serviço e reativar a rede – explica Cremonese.

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Na prática, se a Rede de Atenção Hospitalar for reativada, os hospitais da região podem ser habilitados para fazer cirurgias eletivas de baixa e média complexidade, pois os serviços que hoje estão habilitados não atendem à demanda crescente, o que causa sobrecarga no Husm, que é referência para atendimento de alta complexidade em 50 especialidades, mas, hoje, acaba fazendo também as cirurgias eletivas de média e baixa complexidade para os 45 municípios da região. De acordo com Soeli Guerra, gerente de Atenção à Saúde, 3,5 mil pessoas estão na fila de espera no Husm.

– No mínimo, 50% delas poderiam ser feitas em hospital de menor porte, o que significa que não necessitam da alta tecnologia do Husm para fazer os procedimentos. Então, o nosso objetivo é estruturar a rede de atenção hospitalar da região. Vamos buscar incentivo do Estado, mas temos que ter uma regulação regional. Precisamos de um sistema que tem que regular para que a lista seja uma só – ressalta Soeli.

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A legislação prevê que o sistema regulador desse projeto seja o próprio gestor, ou seja, o Estado, que, em Santa Maria, é representado pela 4ª CRS. Porém, segundo o Sérgio Arthur Silva, coordenador do núcleo de regulação e planejamento da 4ª CRS, o órgão tem uma limitação de pessoas, por isso, é preciso discutir como será o acesso à lista regulamentadora. Por conta disso, os municípios da região estão preocupados em ajudar para que essa regulação funcione de forma efetiva, cruzando os nomes das listas o quanto antes. A meta é que o projeto seja formatado este ano.

– No passado, funcionou. Nós zeramos a lista de cirurgias eletivas, mas, agora, a lista voltou. Estamos dispostos a apoiar a 4ª CRS no processo de regulação –  comenta o secretário de Saúde de São Sepé, Marcelo Faria Ellwanger.

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A secretária de Saúde de Santa Maria, Liliane Mello Duarte, esteve na reunião e apresentou a tabela de quantas pessoas estão na fila no município: são 9.140. Além disso, ela disse que a carência de leitos de UTI pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é histórica. São 16 leitos na região, o que retrata essa carência.

– Essa questão da rede vai além, é para evitar que a gente precise usar leitos de UTI, ou seja, que os pacientes sejam atendidos no estágio da sua doença onde posam ter mais resolutividade sem maiores complicações – reforça a secretária de Saúde.

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